quinta-feira, 31 de julho de 2008

morte antecipada

Vejam o que faleceu antes da Dercy:

Vista do Minhocão em 29/6

Já leram o obituário da Déia? Está ótimo.

domingo, 27 de julho de 2008

jardim público




Todo cidadão deveria ter o direito a uma praça perto de casa. Existe alguma lei que permita isso? Um dos maiores choques de quem muda para a grande metrópole ou sai de uma casa para um apartamento é a falta de jardim.



No filme La Faute à Fidel, a protagonista enfrenta exatamente isso: quando seus pais se mudam para um apartamento, sua amiguinha comenta, “vocês não têm mais jardim”. E a Anna retruca que agora eles vão às praças.

Para que essa substituição seja perfeita, entendo praça como uma área de convivência e lazer para fazer a fotossíntese. Procuro nesse espaço gramado para sentar, alongar, fazer piquenique, etc. e receber raios de sol. As praças do Centro geralmente têm jardim com flores e cerquinhas: ninguém pode sentar na grama, apenas nos banquinhos.

Na Flip, a diretora salteña Lucrecia Martel comentou que, mesmo muitos anos fora de nossa cidade natal, vamos nos sentir ETs na nova cidade, o que provocará inevitáveis comparações. Eu vivo esse conflito. Enquanto em Porto Alegre, eu podia escolher a que praça ir – para qualquer lado da rosa dos ventos –, e todas elas teriam sol e grama, mas eu tinha jardim e pátio. Nem preciso citar o bairro, pense em qualquer região da capital gaúcha: não vê uma pracinha a poucos passos?

Em São Paulo, até tenho varanda – que não pega sol, só um viés de luz no comecinho da manhã, uma vez por ano. Achava que não tinha praça, mas veja bem, posso ir a pé a várias delas: Praça Roosevelt, Praça Dom José Gaspar, Praça Ramos, Praça Buenos Aires, Praça do Bixiga, Praça da Sé. Pois nenhuma delas tem grama para sentar. A mais arborizada delas, pelo menos para valorizar o nome, é a Buenos Aires, talvez uma das metrópoles melhor resolvidas com as áreas verdes que conheço.

Na capital paulista, temos os parques. Nenhum deles acessíveis. O Parque Ibirapuera ainda nem tem metrô perto. Para quem chegar de ônibus, as paradas ficam longe uma da outra – é realmente um parque para andar, mas não há estrutura sequer para alguém caminhar pela calçada fora das grades, ao redor do parque. (Poderia fazer um longo monólogo sobre o Ibirapuera, seus shows gratuitos e suas águas dançantes, mas vamos parar por aqui.) Do Parque Villa-Lobos, nem vou falar: longe e perfeito para uma insolação, não tem árvores. O Parque da Água Branca, que demorei tanto a conhecer, foi uma decepção na minha primeira visita. O guarda pediu que eu levantasse a canga, pois não podia sentar na grama. Numa ida mais recente, felizmente, o chafariz voltou a funcionar, o que atraiu mais público para a área do jardim, que teve seu gramado invadido por pessoas descansando, fazendo ginástica ou meditando.

Água Branca – o recanto agropecuário no meio do caos urbano

Anyway, para ir a qualquer um desses, mesmo que eu queira caminhar (caminhar no parque e não até o parque), preciso pegar um ônibus ou ter carro. Ainda sinto falta de um jardim perto de casa!

Descubram o programa de domingo dos paulistanos do Centro: Elevado Costa e Silva, o Minhocão (fotos).

terça-feira, 22 de julho de 2008

peles azuis



Estava pensando com os meus pés... afinal, de que cor são os Smurfs?

Esses personagens, que completam 50 anos em 2008, são quase "flicts": têm a cor síntese de todas as raças. Preto demais é azul; branco demais, azul; eu, que sou quase pele vermelha, fico roxa, principalmente na falta de banho de sol e se sinto frio - roxo é azul. Quem não fica azul?


foto do dia 19/2, no Centre Belge de La Bande Dessinée, em Bruxelas

Falando em animação, começa nessa quarta, dia 23, o Anima Mundi em São Paulo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

estrelas



Lembram do meu primeiro post neste blog?

No final de semana de 12 e 13 de julho, tive certeza de que, pelo menos nos sábados e domingos do centenário da imigração japonesa, as principais ruas da região oriental de São Paulo deveriam ser exclusivas para pedestres. Nesses dias, elas foram, e a Liberdade não estava apenas no nome do bairro, que ficou ainda mais colorido. Era a comemoração do 30º Festival das Estrelas. Não sei se a CET interditou as ruas no ano passado, mas a decoração não pareceu muito diferente, aos menos pelas fotos desse álbum – entre nessa página e conheça a origem do evento.

Saibam mais sobre o Centenário aqui.

Para quem se inspirar e quiser tentar aprender a fazer o tsuru, segue um vídeo que a Lella me passou:



Foto: Luiz: São Paulo’s eyes

domingo, 20 de julho de 2008

transporte público



Pode não ser o pior do país, mas o transporte público de São Paulo está muito longe de ser bom. Desde 2004, os paulistanos utilizam o “bilhete único”, um cartão pré-pago para ônibus e metrô. Antes dele, o melhor recurso oferecido na cidade eram os bilhetes múltiplos de 2 ou 10 passagens para metrô, que, por serem de papel, facilmente desmagnetizavam no contato com imãs de carteiras e, às vezes, ficavam presos nas máquinas antes de esgotarem. A vantagem de usar o bilhete (em vez de comprar passagens avulsas) é a economia: na utilização de ônibus + metrô, você paga menos no segundo transporte (ônibus custa hoje R$ 2,30; metrô, R$ 2,40; os dois, com bilhete, R$ 3,65 – nem é tão mais barato assim); e o desconto é maior para quem viaja de ônibus, que pode utilizar até 4 linhas num período de 3h (novidade do prefeito – leia mais aqui –, que permite ir e voltar do cinema pagando uma única passagem).

De casa (considerada Centro) até o trabalho (num bairro do “Centro expandido”), com o bilhete único, não preciso mais esperar a demorada linha de ônibus que me deixa mais perto do escritório. Nesse trajeto nem tão longo, posso usufruir de quatro linhas pagando por uma só: uma até a Av. Brasil, outra no Detran, outra até a Borges Lagoa, outra até a minha parada (ou uma direto até o Detran e outra até minha parada, são várias opções). Nada mais justo para quem enfrenta esse trânsito, apesar de que, geralmente, quando estou com pressa e opto por trocar várias vezes de ônibus, levo o mesmo tempo que se tivesse ficado esperando a linha mais demorada. Desço na minha parada e adivinhem que ônibus está logo atrás de mim? O meu, claro. O que não funciona muito bem, mas preciso checar, é se eu der uma paradinha no Parque Ibirapuera e depois pegar um ônibus da mesma linha, no mesmo sentido – aí é pago? Parece que sim.

Não são tantos os benefícios aos passageiros de ônibus (fora que esses veículos sejam mais vazios que o metrô na hora do rush). Para quem recebe vale transporte do trabalho, é uma maravilha, nunca precisa enfrentar filas: basta encostar o bilhete VT em uma das várias máquinas das estações de metrô ou até de supermercados, que ele ganha crédito automaticamente. Para quem anda só de ônibus, é uma incomodação: tem que encontrar um posto de recarga autorizado, pois é impossível colocar créditos com o cobrador ou nas paradas. Além das estações de metrô, algumas bancas de revista e lotéricas oferecem esse serviço. Nas lotéricas, entretanto, o sistema está quase sempre fora do ar.

Quando você fica com apenas R$ 2,25 de crédito, por exemplo, é a mesma coisa que nada: você pode colocar pelo menos R$ 1,00 a mais no posto ou paga a passagem integral para o cobrador e ele valida o cartão para que você pegue um próximo ônibus. Uma informação não está disponível no site da SP Trans é que se você tiver carregado menos de R$ 20 da última vez, a máquina não o permitirá andar num segundo ônibus de graça. Sem saber, outro dia, para não ficar sem crédito, carreguei R$ 5,00, o suficiente para ir e voltar. No dia seguinte, paguei dois ônibus até o trabalho. Se eu tivesse carregado no mesmo valor de sempre e deixado acabar o crédito, teria direito a apenas duas validações de ônibus com pagamento em dinheiro*.

Dizem que essa regra criada pelo prefeito Kassab é uma medida para incentivar os passageiros a carregar bastante seus cartões para “evitar filas”. Leia-se medida de receber dinheiro antecipado. As filas continuam, já que há menos atendentes para o bilhete único e muito menos usuários para as passagens unitárias de papel no metrô. Na maioria das vezes há só um atendente para carregar os cartões (no máximo dois, muito raro, mesmo em estações centrais e de mais de uma linha, como a Sé ou o Paraíso), uma fila de mais de 30 pessoas, e muitas vezes o “sistema” (do cartão de recarga ou de débito) sai do ar. Por outro lado, os cobradores têm muito menos trabalho – exceto que têm mais tempo para auxiliar pessoas com dificuldade, com cadeiras de roda, para distribuir os jornais gratuitos entre os passageiros, ajudar o motorista a fazer manobras, etc. – e muito menos troco.

Já existem outros tipos de bilhete, além do comum, do estudantil e do especial, mas não há muita informação sobre eles. Criaram há pouco o “lazer”, para viagens das 18h de sábado até as 18h de domingo por apenas R$ 2,00, e o “fidelidade”, que parece que integra também os trens e tem passagem mais barata. Ninguém sabe direito como funcionam, nem existem folhetos explicativos. Por que não copiar o transporte de cidades européias como Paris ou Londres? (Alguns condutores do metrô até estão falando “mind the gap” em português e há um aviso no chão para deixarem os outros passageiros saírem antes de entrar, o que ninguém respeita...) Eles têm pacotes semanais e mensais muito mais baratos. Nesses casos, dependendo da forma como você carregar, o bilhete pode ter uma data de validade, mas você pode pegar quantos ônibus quiser. Mesmo que utilize quatro ou cinco dos sete dias disponíveis, costuma sair mais em conta.

Tecnologia que demorou para chegar aqui foram os painéis de horário de ônibus. Tinha prometido ao Diego que mostraria para ele o painel do corredor da Av. Nove de Julho antes que ele voltasse da Austrália (ele ficou apavorado, no bom sentido, com a pontualidade em Sydney). Pouco tempo antes dele voltar, os painéis voltaram a funcionar aqui perto, dificilmente dizendo o tempo que falta para o ônibus chegar (quando indicam, aparece “aprox. 6 minutos”, que deve ser o deslocamento do terminal até a parada do INSS), mas apontando que linhas estão no corredor (o que a gente geralmente enxerga). Observem as fotos do amanhecer da última quinta-feira, mesmo dia que o Diego voltou ao Brasil.




* Dois cobradores de linhas diferentes me passaram essa informação, mas a moça do guichê de recarga do metrô não confirmou e há nada sobre isso no site da SP Trans. Tentei pedir informações pelo contato da internet, mas não sei se vai funcionar, pois é tudo tão burocrático, que o formulário disponível na rede é um modelo para boletim de ocorrência e não para simples mensagens de críticas, informações e sugestões. Eles não são capazes de me mandar um e-mail com a resposta: “Obrigado pela colaboração. Solicitamos que no prazo de 20 dias retorne ao site da SPTrans, para a obtenção da resposta referente a sua solicitação. Favor no ato da consulta informar o número de protocolo da solicitação”. Se alguém quiser me ajudar a checar a informação, meu protocolo é o W-31736.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

surrealismo

falando em jóia, não existe mais segurança nos lugares mais valiosos dessa cidade: leiam aqui.

declaração de amor

Amo essa cidade onde eu posso escolher e reeleger meus cinemas favoritos e onde qualquer um pode assistir a um filme no telão, em película, por menos de R$ 5,00 no final de semana. Isso mesmo, menos de R$ 5,00. São Paulo tem o circuito comercial mais caro do Brasil, mas também excelentes alternativas a baixo custo.

Minha sala preferida continua sendo o CineSesc: a melhor tela da metrópole, ótima visão de qualquer poltrona, café gostoso e barato (leia-se cappuccino, broa, pão de queijo ou mix de sementes) e o que mais importa, garantia de boa programação (mesmo quando exibe os piores filmes já feitos na Sessão do Comodoro, gratuita, na primeira 4ª do mês - documentário da semana passada). O CineSesc é a cinemateca de São Paulo, reduto de todos os cinéfilos. Consegue ser melhor que a jóia da Cinemateca Brasileira. Tanto que o filme que estava passando numa outra cinemateca muito bacana, a de Amsterdam (Filmmuseum), está agora em cartaz com exclusividade ali na Rua Augusta:



Luz Silenciosa (Stellet Licht), de Carlos Reygardas, merecia comentários à parte sobre sua fotografia poética e seu tema sensível. Vocês podem saber mais aqui. Por sinal, vi uma reportagem na Record sobre os menonitas no Paraguai, tão perto da gente e desconhecemos esse povo.

Outra opção para qualquer dia da semana é a mostra As Muitas Vidas de Altman, com a filmografia completa do diretor e quase tudo em película. Neste final de semana, tivemos a chance de assistir ao excelente O Perigoso Adeus (A Long Goodbye) [veja abaixo uma das melhores seqüências desse "filme de uma música só"], com legendas eletrônicas, em cópia rara, com direito a intervalos para as trocas dos rolos.

São três semanas de mostra e em três cidades, São Paulo, Rio e Brasília - o que só é possível com o patrocínio do banco, um privilégio. Para quem se interessar, eles produziram também um catálogo lindo (R$ 10), com textos sobre todas as obras do Altman. Pena que o trabalho dele é tão extenso, que alguns filmes ganharam pouca janela, só em um horário. Aqui em Sampa, fica até o dia 22, ainda há oportunidade de aproveitar.

O CCBB tem o grande mérito de abrir janela para ótimas curadorias, apresentar muitos olhares especiais no seu cinema. Seu único defeito (fora o tamanho da sala, tão pequena) é permitir a entrada dos espectadores apenas cinco minutos antes da projeção, o que surpreendeu o próprio Amir Labaki no É Tudo Verdade 2008.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

fumaça



no último feriadão do ano, fomos conhecer um dos destinos que mais me chamava atenção no guia de final de semana: o templo Zulai, em Cotia (SP). mas não foi só o almoço vegetariano deles que deixou um pouco a desejar.

logo na chegada, muita fumaça. não era do incenso budista:


o vizinho do outro lado da estrada estava queimando suas terras.


tudo bem debaixo de seu nariz.

terça-feira, 27 de maio de 2008

gentileza

é tão raro alguém ceder seu lugar (geralmente sou eu quem oferece) que estranho quando se dispõem a sair de seu espaço no ônibus ou metrô por mim: estou tão cansada assim? estou muito torta? carregando muita coisa pesada? estou barriguda? essa blusa me deixa com barriga?

outro dia me ofereceram (isso foi estranho, mas gentil) aquele canto com encosto estofado (para quem fica de pé) no 6338. quase sempre me arrependo por não aceitar. isso só acontece na volta do trabalho, devo parecer exausta mesmo.

domingo, 25 de maio de 2008

virada

já perdi o timing para escrever sobre isso, mas, a pedidos, aqui vão minhas considerações atrasadas sobre a Virada Cultural



dessa vez, faltou um pouco de magia na Virada. até pouco antes do começo, quando fiz essas fotos, as luzes da cidade acesas, vendo o palco infantil, a expectativa estava grande. o pôr-do-sol no Anhangabaú estava lindo, queria ter levado uma câmera profissional e uma grande angular; apesar de que, quase na hora dos shows oficialmente começarem, uma mulher muito estranha veio alertar a mim e à minha amiga que cuidássemos das bolsas e não exibíssemos muito a câmera.

por um lado, é legal a idéia da diversidade de opções, muitos espetáculos ao mesmo tempo - mas senti que todas as boas apresentações foram simultâneas, então era impossível curtir um pouco de uma e pegar o final de outra. a agenda ficou mais apertada, ainda mais com os palcos distantes. a Ana Botafogo já estava em cena, enquanto uma equipe ainda montava um cenário (o grande bombril aí da foto) de um palquinho lateral.



nesse meio tempo, ninguém acertava o foco na "bike", no malabarista que atravessaria de bicicleta o vão entre a Prefeitura e o Shopping Light e desceria no Anhangabaú. a luz que víamos nos artistas eram deles próprios, dos seus flashes de auto-retratos, porque quase ninguém reparou que já estavam literalmente "no ar" (bem diferente da Sininho na parada noturna da Disney ou mesmo do grupo que escalou o Shopping Light na última edição do evento, cheios de luz e som).



com um orçamento incrivelmente maior que o de 2007 (ano leitoral agora), faltou um pouco de qualidade técnica, infra-estrutura: luz (exceto na Gal. Olido, onde meu amigo fez a luz), som (98% dos palcos muito baixos, especialmente nas primeiras 12h), segurança (hoje tem Parada Gay e tem muito mais policiais na rua), limpeza (vergonhoso) e divulgação (até um dia antes, pouca gente antenada sabia da Virada; pelo menos nos palcos, naquelas 24h, a programação foi bem exposta). as pessoas ficaram mais dispersas com os palcos mais distantes (mesma crítica que fizeram ao FSM em POA em 2005), e lá pelas 22h a maioria dos transeuntes estavam muito bêbados. a "virada" não se concretiza se depois das 22h já não é tão seguro estar na rua. talvez por isso as melhores atrações tenham sido programadas até a meia-noite e a partir das 9h da manhã. nem mesmo as 24h de filme de minuto aconteceram, pois com a luz do dia não havia projeção ao ar livre.

como previsto no post abaixo, tive mesmo medo dos smurfs barulhentos franceses. fugi dos sinalizadores deles. por sorte. quem se meteu no meio da muvuca quase teve câmera roubada. talvez seja mesmo difícil manter a ordem na madrugada com um povo tão mal-educado.

um dos momentos mais emocionantes da Virada - vamos falar de alguma coisa boa - foi o show do Borghettinho no domingo, provando que é um mestre do bandoneón. não me chamem de bairrista! no último dia 14 assisti ao Bajofondo, que faz percussão com o bandoneón, não música, quase uma ofensa chamar aquilo de tango (é o tipo de banda de quem, há um tempo atrás, eu compraria o cd para ouvir apenas duas músicas); nem posso comparar esses falsos porteños com o espetáculo do gaúcho. vejam O Último Bandoneón, que finalmente estreou nos cinemas brasileiros, para entender de que tango que estou falando.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

anti-estresse



o melhor evento do ano, sem dúvida, em São Paulo, é a Virada Cultural. 24h de arte invadindo a cidade. muitos shows, peças, alguns filmes. talvez o mais legal seja o astral em si e também as intervenções, o inesperado. ano passado, vi um grupo escalando o Shopping Light, lindo.

dessa vez, a produção assumiu que é inspirada na Nuit Blanche, de Paris, e trouxe o grupo de teatro de rua francês Génèrik Vapeur, com o espetáculo Bivouac (vídeo acima). tenho medo deles, ainda mais que na sinopse estão dizendo que tem fogos de artifício em algum momento da performance (mas são outros fogos que vemos no vídeo, o que não me tira o medo).

Virada Cultural
São Paulo (SP), das 18h de 26 às 18h de 27/04

Bivouac
estavam programadas duas apresentações, uma partir das 21h30, outra das 3h30, saindo da Galeria Olido [vale conferir se a programação se mantém]


ps 1 - ok, meu segundo ou talvez primeiro evento preferido (de outra categoria) é a mostra internacional de cinema. no terceiro lugar, o é tudo verdade

ps 2 - de Porto Alegre, os dois melhores eventos culturais são, obviamente, o Porto Alegre em Cena (setembro) e a Feira do Livro (outubro). estou com saudades dos dois, mas, pelo que li, as edições do ano passado deixaram a desejar, será? com eles, claro, o Festival de Verão de Cinema Internacional (fevereiro)

domingo, 20 de abril de 2008

índio


ontem foi o dia do índio. e essa é uma ong bem bacana pela causa deles: http://www.survival-international.org/

inclusive têm notícias recentes dos brasileiros. para quem puder contribuir, eles vendem até camisetas de algodão orgânico.

a foto é do João Ripper, que tem um site também legal.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

caos

a idéia de escrever aqui era de, pelo menos, me sentir em paz comigo mesma; mas ninguém lê. ainda vou insistir um pouco nessa técnica, de qualquer forma. é muito, muito difícil atingir um equilíbrio se, nas últimas duas semanas, em 80% das minhas diárias de trabalho, sem exagero, volto para casa com enxaqueca. um dos motivos é óbvio: nossa trilha sonora dos bem-te-vi e outros pássaros (ou mesmo a música das ilhas de edição) foi substituída pelo barulho de broca de dentista quinhentas vezes mais alto, obra. hoje comecei o dia discutindo com um motoboy que quase me atropelou na faixa de segurança. como ser zen assim?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

cobradores (ou ps)

vindo de bus hoje, (pensando no post abaixo) me dei conta que os motoristas são patetas mesmo; saber tudo sobre a rua e ser legal com os passageiros é função do cobrador. e nem todos. alguns dormem, colocam o pé na máquina do bilhete único, escutam música brega no volume máximo... mas tenho dois cobradores preferidos que são uma simpatia. de motorista, há uma exceção, uma mulher que dirige de manhã cedo (nunca mais a vi).

anyway, esse clima provinciano, de pegar bus com os mesmos cobradores e reconhecer os passageiros me faz ter prazer em pegar ônibus e não metrô. fora a paisagem, a quantidade de pessoas (quando não tem greve de metrô) e o tempo (no meu caso) - muito mais agradável.

terça-feira, 8 de abril de 2008

motoristas

nem vou questionar a qualificação dos motoristas de táxi numa cidade como São Paulo, muito menos agora que a maioria deles carrega um gps. mas adoraria saber como é feita a seleção dos motoristas de ônibus das linhas municipais aqui. ontem e hoje passei por duas situações absurdas.

ontem, indo para o Mube, no Jardim Europa. a identificação dos ônibus que descem a Augusta sentido Jardins é um pouco confusa para termos certeza da direção das linhas. no meu caso, eu só precisava saber se o ônibus seguia em frente ou entraria em alguma rua antes do meu destino; ou seja, 50% dos ônibus me serviam. então perguntei ao motorista: "vocês atravessam a Av. Brasil?". ele não sabia. "era novo" no trajeto. que motorista de ônibus não conhece os nomes das principais avenidas da cidade? sim, o ônibus atravessava; ainda bem que eu arrisquei.

hoje, vindo para o trabalho, na Vila Clementino. meu ônibus demora muito para passar, peguei uma linha alternativa que me deixa dois pontos antes de onde eu desço. pensei em pegar um segundo ônibus só para não me atrasar. um ônibus estava parado uns 4m antes do primeiro ponto da Borges Lagoa. as pessoas já tinham subido/descido, mas ele ainda estava antes da parada (e parado). fiz sinal. ele começou a andar. continuei fazendo sinal. ele estava devagar. o ônibus passou por mim e o motorista olhou pra mim com uma cara de abobado, enquanto seguia em frente. pra que fazer sinal mesmo? fui a pé.

outra vez, à noite, fiquei esperando bus pra voltar pra casa no ponto da Ascendino Reis logo antes da Borges Lagoa. é uma das poucas paradas em São Paulo que tem “estrutura” (não é só um poste baixinho), então não há como “confundir” o ponto. tinham outras mulheres na parada de testemunha. fiz sinal e aconteceu a mesma coisa, o ônibus seguiu devagar. foi até mais ridículo: o motorista levantou os ombros e fez uma cara de “putz, não parei, agora não dá mais”. tive que esperar mais 40 minutos.

domingo, 30 de março de 2008

socorro, tirem os carros daqui!


Exibir mapa ampliado

coincidentemente, enquanto escrevo, o tema desse primeiro post é assunto de uma reportagem no ar na TV Cultura. a entrevistada chama de "irracionalidade" esse excesso de veículos na rua: nada menos que 1.000 carros são emplacados por dia em São Paulo. em um dos almoços que mais me surpreendeu ano passado, na véspera do meu aniversário, uma senhora que cedeu um espaço da mesa para mim (algo raro inclusive nos shoppings hoje, todos cada vez mais egoístas) comparava esses motoristas inconscientes a macacos e crianças (ela chegava a ficar vesga para mostrar como os motoristar adoram desfilar e gastar mais do que podem com seus brinquedos ambulantes). não vou imaginar agora alternativas para o transporte nessa cidade ou nesse país, só questiono:

por que permitem a circulação e o estacionamento de carros em ruas como a Galvão Bueno, na Liberdade, aos domingos?

[poderíamos perguntar isso para outras vias tão populosas em certos momentos como a 25 de Março ou a José Paulino, onde os pedestres já dominam as ruas já que as calçadas não suportam essa quantidade de pessoas e nem há vagas para estacionar. seria tão agradável o convívio sem os veículos nesses lugares. nem precisa fechar o bairro todo. até poderia, o metrô chega ali.]

queria publicar uma foto, mas não estava com a minha câmera. hoje um motorista (incompetente?) da Itapemirim provocou congestionamento e buzinas, parado numa das esquinas da Galvão Bueno: era impossível fazer a conversão à esquerda devido aos carros estacionados. por que aquele monstro amarelo trafegava por ali no começo de tarde de domingo?

prefácio

estresses urbanos será a solução para alguns estresses pessoais e, portanto, minha tentativa utópica de melhorar o mundo - pelo menos vou liberar algumas incomodações aqui e, dessa forma, tentar me manter mais saudável e tranqüila, além de perturbar menos os outros sem precisar repetir tantas vezes as mesmas indignações e parar de poluir os ouvidos dos mais próximos, especialmente de um par de orelhas. até porque reclamar pra si não adianta. e já cansei de ser atendida pelos 0800, 0300, e-mails de atendimento ao consumidor e 156 da Prefeitura... também estou com saudades de escrever e de me comunicar com meus amigos, espero que esse não seja mais um blog frustrado. welcome to my mind, I hope you don't mind reading what bothers me.