quinta-feira, 12 de junho de 2008

declaração de amor

Amo essa cidade onde eu posso escolher e reeleger meus cinemas favoritos e onde qualquer um pode assistir a um filme no telão, em película, por menos de R$ 5,00 no final de semana. Isso mesmo, menos de R$ 5,00. São Paulo tem o circuito comercial mais caro do Brasil, mas também excelentes alternativas a baixo custo.

Minha sala preferida continua sendo o CineSesc: a melhor tela da metrópole, ótima visão de qualquer poltrona, café gostoso e barato (leia-se cappuccino, broa, pão de queijo ou mix de sementes) e o que mais importa, garantia de boa programação (mesmo quando exibe os piores filmes já feitos na Sessão do Comodoro, gratuita, na primeira 4ª do mês - documentário da semana passada). O CineSesc é a cinemateca de São Paulo, reduto de todos os cinéfilos. Consegue ser melhor que a jóia da Cinemateca Brasileira. Tanto que o filme que estava passando numa outra cinemateca muito bacana, a de Amsterdam (Filmmuseum), está agora em cartaz com exclusividade ali na Rua Augusta:



Luz Silenciosa (Stellet Licht), de Carlos Reygardas, merecia comentários à parte sobre sua fotografia poética e seu tema sensível. Vocês podem saber mais aqui. Por sinal, vi uma reportagem na Record sobre os menonitas no Paraguai, tão perto da gente e desconhecemos esse povo.

Outra opção para qualquer dia da semana é a mostra As Muitas Vidas de Altman, com a filmografia completa do diretor e quase tudo em película. Neste final de semana, tivemos a chance de assistir ao excelente O Perigoso Adeus (A Long Goodbye) [veja abaixo uma das melhores seqüências desse "filme de uma música só"], com legendas eletrônicas, em cópia rara, com direito a intervalos para as trocas dos rolos.

São três semanas de mostra e em três cidades, São Paulo, Rio e Brasília - o que só é possível com o patrocínio do banco, um privilégio. Para quem se interessar, eles produziram também um catálogo lindo (R$ 10), com textos sobre todas as obras do Altman. Pena que o trabalho dele é tão extenso, que alguns filmes ganharam pouca janela, só em um horário. Aqui em Sampa, fica até o dia 22, ainda há oportunidade de aproveitar.

O CCBB tem o grande mérito de abrir janela para ótimas curadorias, apresentar muitos olhares especiais no seu cinema. Seu único defeito (fora o tamanho da sala, tão pequena) é permitir a entrada dos espectadores apenas cinco minutos antes da projeção, o que surpreendeu o próprio Amir Labaki no É Tudo Verdade 2008.

2 comentários:

Anônimo disse...

ok, eu sei que nasci na capital com maior número de cinemas per capta, mas ninguém vai negar como são boas as opções que temos em Sampa.

Anônimo disse...

pois é, e eu nunca tenho tempo para aproveitar as opções de cinema que Sampa oferece...